domingo, 11 de janeiro de 2009

Ah, sobre a Síndrome dos Ovários Policísticos

Este post é sobre um assunto bastante comum na ginecologia, a síndrome dos ovários policísticos

Antes de mais nada, denominamos síndrome porque se trata de um conjunto de sinais e sintomas. Sendo assim, só a presença de acne ou o achado de cistos nos ovários, não significam o acometimento pela doença. A seguir, vamos explicar um pouco melhor os aspectos desta doença.

Apesar dos grandes avanços no conhecimento desta síndrome, a causa básica ainda permanece obscura. Aparentemente, tudo começa com o excesso de androgênios..O problema, na maioria das vezes, começa logo na menarca (início da menstruação). Para alguns, esta doença tem componete genético, pois é alta a incidência familiar.

As principais alterações encontradas :

1)Irregularidades menstruais
2)Esterilidade- na maioria dos casos, a mulher não ovula.
3)Hirsutismo- virilização intensa com aumento da massa muscular, queda de cabelo, alteração da voz e aumento do clitóris.
5)Acne
6)Acantose nigrans: presença de lesões verrucosas, hiperpigmentada em vulva, axila, nuca.
7)Obesidade: excesso de gordura no corpo.
Utilizamos para avaliação da obesidade o índice de massa corpórea ( peso/altura elevado ao quadrado). Valores entre 20 a 25 é normal; entre 25 a 30 consideramos sobrepeso; a partir de 30, obesidade.
Mas, mais importante do que a obesidade, é a distribuição de gordura corporal, tendo maior risco de doenças cardiovasculares e diabetes, o tipo central (deposição de gordura predominante no abdomen- a relação entre circunferência abdominal e a circunferência do quadril é menor que 0,8).

O diagnóstico, em geral, é feito associando algumas destas características mais alterações hormonais. E também, ao exame de Ultrassom pélvico ou transvaginal detectamos os ovários com aumento de volume e cistos dispostos na periferia, com um aspecto semelhante a um colar de pérolas.

Após os 40 anos, estas pacientes tem maior risco de doenças cardiovasculares - hipertensão, doenças coronarianas- e também diabetes mellitus e trombose venosa.
Há maior risco de desenvolver câncer de endométrio.

O tratamento irá depender do objetivo da paciente: controlar a irregularidade menstrual, melhorar o hirsutismo e outros aspectos clínicos ou obter uma gravidez.
É muito importante prevenir doenças cardiovasculares e diabetes.
A redução do peso corporal, frequentemente melhora o quadro clínico e provoca o retorno dos ciclos ovulatórios, ou seja menstruais. Dieta e exercícios são fundamentais.
Para controle da irregularidade menstrual é recomendado certos tipos de anticoncepcionais orais.
Nos casos de infertilidade, a conduta inicial é a indução da ovulação com Citrato de Clomifeno.


Pois então, é complexa a relação das mulheres com seus hormônios, mas, com o conhecimento e tratamento adequado destas patologias é possível sim encontrar o caminho do equilíbrio. E assim:"Longa vida para a rainha", seja ela a de Portugal, a do lar ou a da sua própria vida.